sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Amor e Tolerância Crimes e Guerras

A tolerância é inseparável do amor: perdoamos facilmente os erros e os pecados daqueles que amamos; dificilmente perdoamos àqueles que não amamos. O nosso amor faz-nos ser tolerantes, a falta dele intolerantes…

Mas a tolerância não se liga só ao amor. Ela está dependente da informação. Só quem se conhece a sim mesmo, e tem uma visão moderna da natureza humana, pode ser tolerante. Quando as nossas razões são empoladas, quando os nossos maus humores são levados muito a sério, quando não se reconhece a relatividade das nossas ideias, quando nos julgamos superiores aos outros, ou com um cultura, ou com um Deus, ou com predicados superiores, tornamo-nos intolerantes, e a intolerância torna-se causa de conflitos e guerras.

É o que proclamam filósofos como Séneca ou Voltaire:


Seremos mais comedidos se observarmos o nosso interior, se nos interrogarmos assim: não fiz eu algo de semelhante? Também não pequei? Posso condenar estas culpas?

Séneca, 4 a.C.-65 d. C., filósofo romano, Da Ira



Devemos tolerar-nos mutuamente, porque somos todos fracos, inconsequentes, sujeitos a humores e ao erro. Acaso uma cana que o vento deitou à lama diz à cana vizinha, virada ao contrário: 'Rasteja como eu, miserável, ou apresento queixa para que sejas arrancada e queimada'?


A tolerância é o apanágio da humanidade. Todos somos feitos de fraquezas e de erros; perdoar uns aos outros as nossas tolices, eis a primeira lei da natureza.

Voltaire, 1694-1778, escritor e filósofo francês,Dicionário filosófico

A tolerância liga-se também muito às nossas ideias (ao amor às nossas ideias). Levados por certas ideias de Deus, de verdade, de bem, cometemos os piores males e assassínios. Tornamo-nos fanáticos e cegos, como mostram múltiplas revoluções no passado: a francesa, a soviética, a nazi… É o que diz François Jacob:


A história mostra bem que não há nada tão perigoso, tão assassino, como as ideologias, os fanatismos, as certezas de ter razão.

Todos os grandes crimes da história são consequência de algum fanatismo. Todos os grandes massacres foram perpetrados por virtude, em nome do nacionalismo legítimo, da religião verdadeira, da ideologia justa.

F. Jacob, 1920, biólogo francês, The Statue Within


http://www.loveessaysbook.com/Amor-Valores/Amor-tolerancia.htm

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